terça-feira, 30 de outubro de 2012

Último dia de aula

Sinceramente, eu pensei que acabaria um pouquinho antes. Mas tive alguns probleminhas com a disciplina Prática de Ensino (estágio) e por isso estive, ou melhor, estou hoje, no meu último dia de aula do semestre letivo 2012.1. Escrevo daqu da sala NETECA da Biblioteca da Uern. É uma sala disponível para pesquisa científica e outros trabalhos acadêmicos, algo bom que a Uiversidade nos propõe.

"Dito isto, expirei às..." Kkkkkkkkkk. Brincadeira!!! Às vezes a lembrança do realismo translúcido e cotidiano de Brás Cubas me vem aos miolos, mas passa repentinamente. Viu? Já se foi!

E já se foi também este meu penúltimo semestre aqui! Deus abençoe a todos e até o final de novembro quando começa o próximo.

E finalizo: 

 "O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito desfaz-se; basta a simples reflexão." 

Machado de Assis 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Grandes trechos

Caro leitor, a ideia não é minha. Vasculhando blogs e sites da internet, encontrei uma forma bem prática e prazeirosa de ler os grandes gênios da nossa literatura. 

Apresento abaixo e ficarei sempre postando aqui trechos de grandes obras das literaturas brasileiar e portuguesa. Como estou homenageando este mês o ilustre escritor Guimarães Rosa, deixo ao vosso dispor, em seguida, passagens do romance Grande Sertão: veredas. São majestosos ensinamentos e reflexões que lhe farão senão o bem, levarão-lhe à reflexão.

O senhor ache e não ache. Tudo é e não é ...

Passarinho que debruça – o voo já está pronto.

Sou só um sertanejo, nessas altas ideias navego mal. Sou muito pobre coitado. Inveja minha pura é de uns conforme o senhor, com toda leitura e suma doutoração.

Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.

Deus é paciência. O contrário é o diabo.

O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando.

A gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?

Quem-sabe, a gente criatura ainda tão ruim, tão, que Deus só pode às vezes manobrar com os homens é mandando por intermédio do diá?

O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo.

Cavalo que ama o dono, até respira do mesmo jeito.

Quem desconfia fica sábio.

Passarinho cai de voar, mas bate suas asinhas no chão.

Ser ruim, sempre, às vezes é custoso, carece de perversos exercícios de experiência.

O espírito da gente é cavalo que escolhe estrada.

Medo, não, mas perdi a vontade de ter coragem.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cabe João Cabral

"Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos

iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida)."

Grande mestre da poesia! João Cabral de Melo Neto compôs, na minha humilde opinião, um dos mais belos poemas da língua portuguesa: MORTE E VIDA SEVERINA.

O pequeno trecho que coloquei acima é uma reflexão que causa um sentimento, para nós, de estaticidade no corpo, de mobilidade na mente, de reconhecimento da nossa condição de gente sofrida, trabalhadora e fraca nas ações, porque certos dogmas do sistema político nos tornou dessa maneira. 

Em vésperas de eleição, em foi racional postar apenas isso. E os meus poucos leitores fiquem com isso, usem tão nobres e prósperos sentimentos do poeta e votem, escolham, confirmem o que lhes parecer masi proveitoso e respeitoso e não o que lhes parecer ornamentado.

Abraço a todos! 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

De verde, os periquitos

A caminho de casa, percorrendo o trajeto de uns vinte quilômetros que ligam o contorno de saída cidade até o batente da entrada da cozinha de casa, é impossível que não se note o ansioso contraste que inconscientemente se projeta em minha visão, de uma rama verde solta no universo cinza que cobre a depressiva geografia do solo dos campos, marginais à rodovia.

Dizer que isso é trise é redundância. Redundância anual da cena de fim de tarde de uma vaca sendo arrastada pelo trator, morta pela fome e sede, pelos terríveis males que estas senhoras comportam, a ser levada, puxada indigentemente, ao cemitério dos bichos, as várzeas de lagoas tórridas, ou aos leitos das estradas.

É bom para de escrever: a tristeza é mais que redundante e o pontinho verde que avisto às "ameidias" é um periquito de coloração surreal, verde claro no papo com asas e rabo em verde-escuro.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Poesia

O texto que segue pertence a Ocian de Souza. Ele é estudante de Letras da UERN. Seus atributos poéticos são vários e sua extrema capacidade de escrever é notável.

Página do facebook de Ocian
Sem entender, eu fui enfrente 
O medo, claro me abateu
Me vi entre paus e pedras
Meu Deus o que aconteceu?
A gritaria invadiu
A correria seguiu
Olhos de fogo olham pra mim
Uma sombra me perseguiu
Uma cidade na escuridão
A luz eu não quis acender
E a porta jamais abri
E a saída não consigo ver
Corri pelas ruas
Escapei a tempo eu sei
Ao virar a esquina então
Ao mesmo lugar voltei
Decidi eu vou lutar
De tudo um pouco eu tentei;
Pau, pedra, espada
Mais de mil eu enfrentei
Eu ferido, caí ao chão
sem forças, sem explicação
Pensava em mim eu me ferrei
Mas qual alegria não foi
Graças a Deus eu acordei.


Retirado da página de Ocian no Facebook

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sem palavras. Ou com muitas?

Estou, por hora, e mais uma vez, sem palavras. Ou como expus à título, com muitas. O ponto de interrogação inicial revela, óbvio, uma dúvida móvel, talvez temporária, talvez perpétua. Não sei, e o foco principal desta postagem não é tão somente este. Já que estou dúbio, e por hora, redigo, não escrevo, dou-lhes, de generoso esta passagem de O Quinze, de Rachel de Queiroz. Cascavilhando documentos, encontrei-a e lhes ofereço. Não espere dela, as maravilhas do mundo, as tantas surpresas. É sim, um trecho, para uns, emocionante, para outros, chato, para outros, outras coisas. E eis:

"Agora, ao Chico Bento, como único recurso, só restava arribar.
Sem legume, sem serviço, sem meios de nenhuma espécie, não havia de ficar morrendo de fome, enquanto a seca durasse.
Depois, o mundo é grande e no Amazonas sempre há borracha...
Alta noite, na camarinha fechada que uma lamparina moribunda alumiava mal, combinou com a mulher o plano de partida.
Ela ouvia chorando, enxugando na varanda encarnada da rede, os olhos cegos de lágrimas.
Chico Bento, na confiança do seu sonho, procurou animá-la, contando-lhe os mil casos de retirantes enriquecidos no Norte.
A voz lenta e cansada vibrava, erguia-se, parecia outra, abarcando projetos e ambições. E a imaginação esperançosa aplanava as estradas difíceis, esquecia saudades, fome e angústias, penetrava na sombra verde do Amazonas, vencia a natureza bruta, dominava as feras e as visagens, fazia dele rico e vencedor.
"

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Indisciplina na sala de aula: quais os maiores problemas envolvidos?

Participei, agora há pouco, do Projeto Quarto de Ideias, do Grupo de Pesquisa em Educação, Estado e Sociedade da Faculdade de Educação da UERN. 

O tema estudado hoje diz respeito à prática do professor em sala ed aula e a subjetividade., um trabalho desenvolvido pelo Prof. Dr. Júlio Ribeiro Soares, e corresponde a uma tese de doutorado defendida por ela na PUC de São Paulo.

As discussões foram bem proveitosas e interessantes e o que me fez postar aqui algumas considerações foram a sua importância para a formação do professor e os rumos da educação. Alguns professores que estavam presentes fizeram questões relevantes, o que nos gerou uma atenção maior no debate. De maneira muito sintética, quero destacar a questão da indisciplina ou das muitas dificuldades encontradas pelo professor ao adentrar uma sala de aula hoje. É certo, e aliás, certíssimo, que os alunos não são os grandes culpados pelo atraso da educação no país, ou pelo menos, pelo descontrole e "movimentos", como bem citou o professor, dentro da sala e aula.

Lembro que este pequeno texto não tem valor científico demasiado, porém se nos situarmos na área da Psicologia da Educação, ele talvez, encontre alguma serventia. Leitores, é bem complicado ser professor nos dias atuais, mas é uma tarefa digna, emocionante e rica. Quero deixar uma questão e se alguém, por gentilieza, quiser respondê-la, dar alguma opinião, isso me fará muito bem.

Quero saber, leitor(a), na sua opinião, por que existem tantas dificuldades em ser professor; por que eles não são valorizados e seus alunos são tão rebeldes e, em partes, decompromissados com a sua própria vida estudantil?

Vou expôr, depois, os resultados neste espaço.