quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Aplausos

A DIACONIA trouxe, se assim posso chamar, mais um ótimo projeto para a nossa região. Dessa vez, o contemplado foi o Assentamento de Ursulina. Trata-se de um curso de produção de bolos.

As donas de casa estão aprendendo, com o auxílio de profissionais capacitados, técnicas e manejos na produção de bolos. O projeto visa qualificar essa pessoas para que elas próprias busquem alternativas e meios de sobreviverem de maneira digna e honesta. Ainda não tive informação se elas formarão uma cooperativa ou se trabalharão individualmente na venda do produto alimentício.

Poderemos, talvez e enfim consumir algo próprio de mãos conterrâneas e de pessoas que acreditam na vida.

A iniciativa merece aplausos!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Comentários do Facebook

Comentário postado por Marlon Alves de Morais na página do Facebook.


"É por não dar a devida importância que a politica merece, que o nosso país nosso estado e a nossa cidade esta do jeito que está. Devemos ser mais politizados, ver melhor as propostas de cada candidato, analisar bem, só assim teremos como saber quem merece nosso voto, politica é coisa séria não podemos brincar com nosso futuro."


Bom seria, meu amigo, se, pelo menos, 60% da população de cada instância destas afirmadas por você, pensassem conforme este pensamento! 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Não se anime mode eu ir

Sempre que avisto a beira do riachinho seco, quando, sôfrego, desço o Alto do Caboré, encho-me de boas sensações, de prazeres sutis que me levam até o terreiro de casa. Aquele rápido percurso, feito cautelosamente, mas com meu coração nutrido de alegria e benevolência, é uma artéria sentido sul-norte, sinuosa nas extremidades, que, redundantemente, diz-me chegar no lugar. Antes daquel primeira descida, me aborrece o sol, mas confesso: quando passo em frente às casas, vendo sentadas nas portas da frente, as senhoras diárias ou as senhoritas de costumes intermitentes que sobrepõem-se à redes armadas, fazendo destas, espécie de plano de fundo, esqueço, despercebo a febre daquele sol do meio dia, ou como nós mesmos dizemos ali, o sol d'ameidia. 

Debruço os olhos em cada visível recanto do meu lugarzinho onde me crio. Vejo ali uma sociedade onde indivíduos sonham sonhos diferentes, todavia comuns no seu âmago; esxistem certas desavenças, mas creio que sociedade se sustenta com idas, vindas, paradas, bloqueios, dúvidas, amores e conflitos. me digam: que grupo compartilha unicamente das mesmas experiências, das mesmas dúvidas, dos mesmos desejos, das mesmas ideias, das mesmas perspectivas? Não duvido que haja um. Duvido, sim, que vós dizeis-me. E se existe tal grupo com tais semlehnaças, não existe um que tenha as mesmas reflexões e opiniões. Aquele vilarejo não é o melhor lugar do mundo, mas também não comporta os piores dramas, que dão à vida sua instância melancólica.
Todas as casa parecem que são casas minhas: posso adentrá-las, penetrá-las pelo oitão, pela cozinha, posso mirál-las pelas janelas laterais e gritar para os sujeitos, dando o recado que trouxera de alguém. Logo, de cima da moto, naquele sol que me queima sem que eu me importe, recebo, ao "pingo-d'ameidia", um convite sonoro: "Ei, entre, veha tomar um cafezinho!"

Agora, digam-me vocês, sinceramente: vocês acham que meu coração exagera? acham que meus sentimentos me traem? vocês acham que eu não vivo num pedacinho de terra tão aconchegante. E como diria Jessié Quirino, grande poeta paraibano, com seu Argumento de um velho sertanejo:


Mode as modas de hoje em dia
Mode os modos de falar
Mode os amuo dos besta
Mode os presepe de lá
Mode estrupiço dos tempos
Mode eunão me amedronhar
Mode os pi-bite das rua
Mode as mutreta que há
Mode as falta de um bom-dia
Um boa noite, um olá
Mode assalto, mode tiro
Mode as fumaça do ar
Mode eu não ter desgosto
Ou mesmo me ressentir
Não se anime mode eu ir
Que eu não deixo esse lugar.

Poema retirado de QUIRINO, Jessier. Prosa morena.  Recife: Edições Bagaço, 2005.  128 p.

sábado, 11 de agosto de 2012

Poema

Epifanias
Francisco Gesival Gurgel de Sales

A leitura me roubou a paz,
Misturou meus sentidos.
Deixou-me inquieto.

Roubou minhas manhãs, minhas tardes

Furtou minhas noites e quase as madrugadas.
Me fez pensar que sou errante
Fez-me contraditório
Fez-me pensar em coisas fúteis,
Refletir sobre nada.

Fez-me revirar o passado,

Me fez escrupuloso ao presente,
Revelou-me as intermitências do dia e o negrume da noite
E a inexistência do futuro.

Numa dispensa velha

Jogou quase todas as minhas festas,
Minhas cachaças e meu futebol.
Só não a minha namorada,
Mas já anda transcendendo o meu tempo dela.

Me disse que pouco sei

Apresentou-me Machado de Assis
E as correntes estruturalistas.
Me fez filósofo,
Me fez poeta
Fez-me escravo
E trocar de lugares os pronomes.

A leitura deixou-me louco, viajante, doente.

Furtou-me os poucos conceitos que tinha
Me fez criticar as instituições
E as falas dos amigos
Deixou-me chato e hesitante.

Modificou minha sintaxe

Baralhou minhas ideias
Relacionou-as...
Refutou minhas planilhas
Renovou os meus vocábulos

Mostrou-me de quantos eus sou feito

Legou-me considerações acerca de mim
Acerca de Deus e do mundo
Disse que sou finito
Mas provou, por a + b,
Que sou alguma coisa semântica

Que boio no mundo,

Que tenho sonhos.
Que minhas células, na verdade, na verdade,
São signos
Meu sangue, frases cognitivas
Meu corpo, um período composto
Em análise.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O peso do humano

Agorinha, pela manhã, escutei, até um certo ponto, atento, o relato de uma minha vizinha, dona de casa, que iniciou o monólogo dizendo: "Não tem quem diga que eu já tenho 72 anos". E não tem mesmo! Sou, por hábito, observador dos comportamentos e, detalhadamente, retiro dessas situações práticas, algumas reflexões chochas, mas que me obrigam a usá-las em algum instante e, de tão presentes, constantes, considero-as companheiras. E aqui, agora, uso uma.

Aquela senhora, de fato, não aparenta ter suas sete décadas e seus dois anos. Sabia que ela era um tanto sofrida, os dias lhes foram cruéis e as horas lhe revelam ruínas, mas de cara, não tem aquela idade avançada. Saia comprida, rasgada aqui ali por bicadas de patos (isso ela dizia), lutara todos esses anos para criar muitos filhos e dar conta de um domicílio que lhe tirara a limpeza dos pés e a graciosidade das mãos. Disse que tem aguentado muitas cargas, sofrimentos, dores... 

Começara a "sobreviver", trabalhar nessa rotina doméstica aos doze anos de idade. Sua mãe a abandonara ainda muito nova; casara-se e tivera, não me lembro bem, mas por volta de quinze filhos. Nove morreram. Criou os demais com extrema dificuldade e agora os vê crescidos, mas, quase todos ainda dependentes dela. Sofre por ter um filho alcoólatra e pelas constantes desavenças dentro de casa.

Minha mãe admirou-se por vê-la ainda conscientemente sã e fisicamente pouco abatida. Ao final do seu relato, aquela senhora revelou no semblante a vontade de lutar ainda mais pela sua casa e seus filhos; percebi-lhe, com seu gesto de mãos na cintura e leve arquear da cabeça, que tem, de verdade, muitas forças ainda, ilimitadas forças, que morrerão quando "a última par de areia lhe for jogada na face!"

Creio que a verdadeira face da vida, ali me foi mostrada e que a morte, além de apagar nossas ações nos faz apreciar a vida!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Apagando a luz do banheiro

É costume. Sempre que eu uso um dos banheiros da universidade, na saída, apago a luz. O interruptor, em todos, fica bem próximo à porta, se não nos cuidarmos, apagamos até sem querer.

Em tempos de discussões sobre sustentabilidade ou em tempos em que o planeta pede socorro por todas as vielas do seu mais profundo âmago, fico sempre pensando que benefício pratico quando aperto aquele dispositivo sutil. Me preocupo em fazer isso (e minha mente acha isso tão urgente e necessário) quanto benzer-me ao subir a pista quando vou para a cidade.

Hoje pensei, indagei-me e exclamei: se, somente nas faculdades de Letras das universidades públicas do meu Rio Grande do Norte, somente por uma semana, os estudantes masculinos repetissem esse meu ato, quanto de energia elétrica iríamos economizar, deixaríamos de gastar!?

Sem ter conhecimentos técnicos, fico no ACHO: acho que pouparíamos turbinas, capacitores, transformadores, reatores, motores em geral; pouparíamos dinheiro público, nosso; melhoraríamos, pelo menos nos banheiros, baixando os níveis de "perturbação elétrica" no nosso corpo, a radiação do calor e da luz, o clima. Talvez nosso extenso corpo, com suas inúmeras sensações, massível na sua estrutura desengonçada e bípede, não sentisse as melhorias, mas nossos minúsculos compostos orgânicos, como - ACHO - células, tecidos, átomos, glóbulos, pelos, não sei. Desculpem a ignorância! A laicidade, por vezes, me constrange, e eu fico no discurso pobre de um ser que tem escrúpulos. Perdoem-me isso, peço mansamente. 

Aqueles pequenos, sem dúvidas, sofrem e, sofrendo eles, perecem também nossas forças aos poucos, nossa forças físicas, mentais, nossa forças vitais...

Mas, sem pedir outra coisa, só queria que refletissem agora e, por favor, quando saírem, apagem a luz: o planeta agradece e os nossos minúsculos compostos também!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Um singelo toque da razão

Muitos alunos nossos (me refiro aos alunos da zona rural da nossa região) vão, este ano, prestar vestibular, tentarão um ingresso na universidade. Mas será que esses jovens, ou falndo até para vocês: será que vocês, caros estudantes, sabem porque querem esntar numa faculdade? Já traçaram metas? Procuraram responder a dúvidas sobre o mundo acadêmico? Entendem, de verdade, que isso será fundamental na vida e no futuro de vocês?

Existem muitas outras perguntas que devem ser pensadas. A universiadade é um espaço onde o estudante encontra suas fragilidades, se depara com realidades absurdas que viveu e "elabora" novos planos para a vida, é um meio onde a razão e a reflexão tomam o lugar das "perdas de tempo" que praticamos durante nossa vida estudantil. Mas é também um espaço maravilhoso, onde o indivíduo encontra a leitura, o prazer do aprendizado, novas formas de lidar com as situações do cotidiano e muitas experiências que só enriqueceram a pessoa.

Digo isto, porque vejo muitos jovens subirem no ônibus e sair para o colégio dizendo que vão estudar; e quando terminam o segundo grau, voltam para casa e passam a vida toda assistindo à TV ou batendo papos fúteis na internet, sem perspectivas a mais, sem realizações, entediados, estressados e sem coragem de enfrentar os problemas que, sem dúvidas, virão.

Um conselho: a vida comporta etapas. De todas elas, devemos retirar aprendizados que nos favorecerão o sucesso na próxima. O ensino médio é a porta da universidade, não custa nada ter um pouco de compromisso, pois os tempos passam e nada esperam, trazem seus problemas, surpresas e resultados.

Estudem! Deixem somente de ir para a escola, mas estudem! OU pelo menos, reflitam. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Internet na zona rural

A internet chegou de vez na zona rural. A rede mundial invadiu as casas da nossa região e já é possível encontrar pessoas por aqui dizendo que não ficam um dia sequer sem acessar. Se é bom? é ótimo! A internet é uma fonte rica e, se bem usada, facilita muito a vida das pessoas aqui da zona rural.

Hoje, já é possível fazer compras, manter contato com familiares e amigos, ter acesso à informação atualizadíssima através dos blogs e sites (uma vez que aqui nunca circulou periódicos impressos - jornais, revistas, etc), as pessoas podem se divertir com jogos e programas educativos e interessantes, verificar documentação, cadastros em programas sociais, fazer inscrições diversas, comprovar renda, estudar, ter acesso a editais de concursos, criar meios de intercâmbio e relacionamento.

É claro que ainda são poucas as residências com acesso à internet, mas, se comparamos a uns cinco anos atrás, ou quatro, talvez, uma ou duas casas desfrutava do benefício. Agora, são muitas; até casas de pessoas mais humildes têm internet instalada e recebem assistência técnica frequentemente.

A região (Pedrês, Mariana I e II, Língua de Vaca, Assentamentos I e II) já dispõem de vários blogs que tratam de assuntos diversos e que dizem respeito à região. Isso é muito bom para o crescimento das comunidades.

Como se sabe, a tecnologia tem um avanço muito constante e rápido.