quinta-feira, 20 de setembro de 2012

De verde, os periquitos

A caminho de casa, percorrendo o trajeto de uns vinte quilômetros que ligam o contorno de saída cidade até o batente da entrada da cozinha de casa, é impossível que não se note o ansioso contraste que inconscientemente se projeta em minha visão, de uma rama verde solta no universo cinza que cobre a depressiva geografia do solo dos campos, marginais à rodovia.

Dizer que isso é trise é redundância. Redundância anual da cena de fim de tarde de uma vaca sendo arrastada pelo trator, morta pela fome e sede, pelos terríveis males que estas senhoras comportam, a ser levada, puxada indigentemente, ao cemitério dos bichos, as várzeas de lagoas tórridas, ou aos leitos das estradas.

É bom para de escrever: a tristeza é mais que redundante e o pontinho verde que avisto às "ameidias" é um periquito de coloração surreal, verde claro no papo com asas e rabo em verde-escuro.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Poesia

O texto que segue pertence a Ocian de Souza. Ele é estudante de Letras da UERN. Seus atributos poéticos são vários e sua extrema capacidade de escrever é notável.

Página do facebook de Ocian
Sem entender, eu fui enfrente 
O medo, claro me abateu
Me vi entre paus e pedras
Meu Deus o que aconteceu?
A gritaria invadiu
A correria seguiu
Olhos de fogo olham pra mim
Uma sombra me perseguiu
Uma cidade na escuridão
A luz eu não quis acender
E a porta jamais abri
E a saída não consigo ver
Corri pelas ruas
Escapei a tempo eu sei
Ao virar a esquina então
Ao mesmo lugar voltei
Decidi eu vou lutar
De tudo um pouco eu tentei;
Pau, pedra, espada
Mais de mil eu enfrentei
Eu ferido, caí ao chão
sem forças, sem explicação
Pensava em mim eu me ferrei
Mas qual alegria não foi
Graças a Deus eu acordei.


Retirado da página de Ocian no Facebook

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sem palavras. Ou com muitas?

Estou, por hora, e mais uma vez, sem palavras. Ou como expus à título, com muitas. O ponto de interrogação inicial revela, óbvio, uma dúvida móvel, talvez temporária, talvez perpétua. Não sei, e o foco principal desta postagem não é tão somente este. Já que estou dúbio, e por hora, redigo, não escrevo, dou-lhes, de generoso esta passagem de O Quinze, de Rachel de Queiroz. Cascavilhando documentos, encontrei-a e lhes ofereço. Não espere dela, as maravilhas do mundo, as tantas surpresas. É sim, um trecho, para uns, emocionante, para outros, chato, para outros, outras coisas. E eis:

"Agora, ao Chico Bento, como único recurso, só restava arribar.
Sem legume, sem serviço, sem meios de nenhuma espécie, não havia de ficar morrendo de fome, enquanto a seca durasse.
Depois, o mundo é grande e no Amazonas sempre há borracha...
Alta noite, na camarinha fechada que uma lamparina moribunda alumiava mal, combinou com a mulher o plano de partida.
Ela ouvia chorando, enxugando na varanda encarnada da rede, os olhos cegos de lágrimas.
Chico Bento, na confiança do seu sonho, procurou animá-la, contando-lhe os mil casos de retirantes enriquecidos no Norte.
A voz lenta e cansada vibrava, erguia-se, parecia outra, abarcando projetos e ambições. E a imaginação esperançosa aplanava as estradas difíceis, esquecia saudades, fome e angústias, penetrava na sombra verde do Amazonas, vencia a natureza bruta, dominava as feras e as visagens, fazia dele rico e vencedor.
"

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Indisciplina na sala de aula: quais os maiores problemas envolvidos?

Participei, agora há pouco, do Projeto Quarto de Ideias, do Grupo de Pesquisa em Educação, Estado e Sociedade da Faculdade de Educação da UERN. 

O tema estudado hoje diz respeito à prática do professor em sala ed aula e a subjetividade., um trabalho desenvolvido pelo Prof. Dr. Júlio Ribeiro Soares, e corresponde a uma tese de doutorado defendida por ela na PUC de São Paulo.

As discussões foram bem proveitosas e interessantes e o que me fez postar aqui algumas considerações foram a sua importância para a formação do professor e os rumos da educação. Alguns professores que estavam presentes fizeram questões relevantes, o que nos gerou uma atenção maior no debate. De maneira muito sintética, quero destacar a questão da indisciplina ou das muitas dificuldades encontradas pelo professor ao adentrar uma sala de aula hoje. É certo, e aliás, certíssimo, que os alunos não são os grandes culpados pelo atraso da educação no país, ou pelo menos, pelo descontrole e "movimentos", como bem citou o professor, dentro da sala e aula.

Lembro que este pequeno texto não tem valor científico demasiado, porém se nos situarmos na área da Psicologia da Educação, ele talvez, encontre alguma serventia. Leitores, é bem complicado ser professor nos dias atuais, mas é uma tarefa digna, emocionante e rica. Quero deixar uma questão e se alguém, por gentilieza, quiser respondê-la, dar alguma opinião, isso me fará muito bem.

Quero saber, leitor(a), na sua opinião, por que existem tantas dificuldades em ser professor; por que eles não são valorizados e seus alunos são tão rebeldes e, em partes, decompromissados com a sua própria vida estudantil?

Vou expôr, depois, os resultados neste espaço.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mil desculpas

Quero aqui pedir, aos raríssimos leitores que tenho, minhas desculpas sinceras, por ter deixado de postar diariamente neste blog. O fato é que estou bastante ocupado com alguns trabalhos acadêmicos. Mas, a partir da próxima sexta, 07 de setembro, voltarei a publicar textos neste espaço.

Um abraço a todos,

Gessival.