"Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida)."
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida)."
Grande mestre da poesia! João Cabral de Melo Neto compôs, na minha humilde opinião, um dos mais belos poemas da língua portuguesa: MORTE E VIDA SEVERINA.
O pequeno trecho que coloquei acima é uma reflexão que causa um sentimento, para nós, de estaticidade no corpo, de mobilidade na mente, de reconhecimento da nossa condição de gente sofrida, trabalhadora e fraca nas ações, porque certos dogmas do sistema político nos tornou dessa maneira.
Em vésperas de eleição, em foi racional postar apenas isso. E os meus poucos leitores fiquem com isso, usem tão nobres e prósperos sentimentos do poeta e votem, escolham, confirmem o que lhes parecer masi proveitoso e respeitoso e não o que lhes parecer ornamentado.
Abraço a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário